Quando certas macromoléculas são injetadas em alguns organismos usados como cobaias, por exemplo, camundongos, coelhos ou mesmo galinhas, uma reação imune (ou imunitária) é despertada. São fabricadas moléculas de proteínas, chamadas anticorpos, capazes de reconhecer individualmente as macromoléculas ou porções específicas delas, que são então chamadas antígenos. Esses anticorpos, se forem purificados, podem ser utilizados para identificar essas substâncias no interior de células.
Quando se utiliza o soro do sangue do animal, nele estão presentes anticorpos produzidos por células de defesa, os linfócitos B. Tais anticorpos são ditos policlonais porque se originam de diferentes linhagens de linfócitos. No entanto, linfócitos B podem ser isolados e multiplicados, de maneira que os anticorpos que produzem são idênticos entre si.

Eles são chamados anticorpos monoclonais. São altamente específicos e garantem identificação muito precisa de macromoléculas ou mesmo de partes delas. Por exemplo, células cancerígenas produzem antígenos conhecidos, que podem ser reconhecidos por anticorpos específicos.
Para evidenciar as moléculas-alvo, os anticorpos monoclonais devem estar ligados a marcadores que os tornam visíveis ao microscópio de luz.
A lâmina mostrada na figura abaixo foi produzida com uma pequena porção de tecido da glândula mamária (biópsia) de uma paciente com suspeita de câncer de mama. Os resultados do exame confirmaram a presença de células tumorais no tecido examinado.

Os anticorpos monoclonais utilizados nesse exame ligaram-se a um antígeno produzido exclusivamente por células cancerígenas, conferindo a elas a cor marrom. A utilização de anticorpos aperfeiçoou um campo de pesquisa com muitas aplicações médicas, a Citoquímica.
Preparações microscópicas com colorações especiais podem ser utilizadas. Por exemplo, uma região do núcleo celular, o nucléolo, é muito ativa em certos tipos de câncer. Observe as setas amarelas na figura 5.20. Elas apontam nucléolos com tamanhos acima do normal, o que é uma indicação muito importante no diagnóstico de um tipo de câncer de próstata.
Veja todas as aulas dessa série
- Métodos de estudo da célula
- Microscopia óptica
- Microscopia eletrônica de transmissão
- Microscopia eletrônica de varredura
- Fracionamento celular
- Imunoensaios e citoquímica
- Técnicas de manipulação de DNA e de marcação por radioisótopos
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